quinta-feira, 17 de abril de 2008

Durval Discos


Imprevistos.Um humor sem explicação

Um comentário:

Diego Heberson disse...

Eles eram mais antigos que o Silêncio
A perscrutar-se intimamente os sonhos
Tal como duas súbitas estátuas
Em que apenas o olhar restasse humano.
Qualquer toque, por certo, desfaria
Os seus corpos sem tempo em pura cinza.
Remontavam ás origens – a realidade
Neles se fez, de substância, imagem.
Dela a face era fria, a que o desejo
Como um hictus, houvesse adormecido
Dele apenas restava o eterno grito
Da espécie – tudo mais tinha morrido.
Caiam lentamente na voragem
Como duas estrelas que gravitam
Juntas para, depois, de um grande abraço
Rolarem pelo espaço e se perderem
Transformadas em magma incandescente
Que milénios mais tarde explode em Amor
E da matéria reproduz o tempo
Nas galáxias da vida no infinito.

Eles eram mais antigos que o silêncio...

Vinicius de Moraes