terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Leminski...



HAI
Eis que nasce completo

e, ao morrer, morre germe,

o desejo, analfabeto,

de saber como reger-me,

ah, saber como me ajeito

para que eu seja quem fui,

eis o que nasce perfeito

e, ao crescer, diminui.


KAI

Mínimo templo

para um deus pequeno,

aqui vos guarda,

em vez da dor que peno,

meu extremo anjo de vanguarda.


De que máscara

se gaba sua lástima,

de que vaga

se vangloria sua história,

saiba quem saiba.


A mim me basta

a sombra que se deixa,

o corpo que se afasta.